15 de set. de 2010

Biografia





SANTA ISABEL DE PORTUGAL (1271-1336)

Filha da Bem-aventurada Constância de Aragão e da Sicília (+1300) que também foi clarissa, e de Pedro III de Aragão. Sobrinha paterna de Santa Isabel da Hungria, é conhecida na história como: Isabel, a Católica, ou Isabel de Saragoça, onde nasceu em 1271. Seu nascimento foi um presságio do título de promotora da paz, que ela devia conquistar após a morte, quando ficou estabelecido um bom entendimento entre seu avô Jaime que, na época, estava no trono, e seu pai, cuja disputa dividira todo o reino. A jovem princesa era de temperamento suave e desde tenra idade revelava um prazer por tudo quanto levasse à devoção e à bondade. Ela desejava conquistar em alto grau toda a virtude que visse nas outras pessoas, pois já fora orientada no sentido de que a mortificação da vontade deve ser combinada com a oração, para obter a graça. A vitória de Isabel sobre si mesma se deve à educação precoce que recebeu de sua mãe. Em 1282, aos 11 anos de idade, deixou o reino de Aragão para desposar o rei Dom Dinis da Lusitânia (Portugal). Este príncipe ficou encantado com seus dotes, sua beleza, sua riqueza e personalidade, mais do que pela sua virtude. Mesmo assim, deu-lhe toda liberdade para a prática da devoção e prezava sua piedade, sem sentir-se atraído a imitá-la. Isabel planejou para si uma distribuição regular de seu tempo disponível. Levantava-se cedo todas as manhãs e recitava o Ofício Divino antes da missa. Pela tarde, fazia outras devoções regulares, após as Vésperas. Algumas horas eram destinadas aos afazeres domésticos, atividades sociais ou obrigações para com as demais pessoas. Fazia abstinência na alimentação, era recatada no trajar, humilde e afável na conversação e inteiramente devotada ao serviço de Deus. Foram feitas muitas tentativas no sentido de modificar seu estilo de vida , porém sem sucesso. A caridade para com os pobres era uma das características distintivas de sua personalidade. Dava ordens para que providenciassem hospedagem e assistência aos peregrinos e aos pobres, e procurava aliviar as pessoas que estivessem vivendo na penúria e em grandes necessidades. Arranjava dotes de casamento para as jovens, e fundou em diferentes lugares instituições de caridade. De modo particular, mandou construir um hospital em Coimbra, uma casa para mulheres penitentes em Torres Novas, um asilo para crianças. Era extremamente caridosa com os pobres, repartindo com eles até o alimento de sua própria mesa. Em 1317, mandou erigir o real mosteiro de Santa Clara de Coimbra, no mesmo lugar onde antes fora fundado por Dona Mór Dias, um mosteiro de Clarissas em 1286. Isabel lhe deu vitalidade e o engrandeceu. Seu esposo era fervoroso cristão e havia construído o Real Mosteiro de Celas, para as  monjas cistercienses. Isabel, porém, ouvindo falar de Clara e das Clarissas, ficou encantada com seu estilo de vida. O Mosteiro fundado por ela em Coimbra, infelizmente, com o passar dos séculos, foi arruinado por aluviões do rio Mondego. O Rei João IV o reconstruiu no Monte da Esperança, depois de 1640, para onde se transferiram as Clarissas, e vivem até hoje. Isabel e Dinis tiveram dois filhos: Afonso, que mais tarde sucedeu o pai e Constância. O filho, quando adulto, demonstrou um espírito muito rebelde. Isabel teve de presenciar uma verdadeira guerra entre seu esposo Dinis e o filho, Dom Afonso IV, que ambicionava o trono. Consegue apaziguá-los por duas vezes no campo de batalha, interpondo-se entre as duas partes. Conseguiu também fazer interromper a guerra entre Fernando IV de Castela e seu primo, e  entre esse príncipe e o próprio irmão dela, Tiago II, de Aragão. Numa viagem diplomática que fez à Alemanha, presenciou quermesses com a finalidade de ajudar os pobres. Os fiéis iam de porta em porta com uma vara encimada por uma pombinha (o Espírito Santo), pedindo esmolas. De volta a Portugal, a Rainha Isabel introduziu no país a devoção. Assim teriam se originado as festas do Divino, tão tradicionais e populares entre os de descendência lusitana. Para a realização da festa, Isabel teria oferecido a própria coroa de sua realeza, com desprendimento e grande alegria. O esposo Dinis ficou seriamente doente em 1324, e Isabel dedicou-lhe toda a atenção; só deixava os aposentos para ir à igreja. Durante sua longa enfermidade acompanhou-o sempre. Ele morreu em Santarém a 6 de janeiro de 1325. Depois de ter ficado viúva, fez uma peregrinação até o santuário de Santiago de Compostela. Em seguida, manifestou o desejo de recolher-se no Mosteiro de Clarissas que havia fundado em Coimbra. Dissuadida pela corte, professou primeiro na Ordem Terceira de São Francisco. Conseguiu depois ingressar no Mosteiro de Clarissas de Coimbra, para viver uma vida de humildade e oração. Teve ali uma vida exemplar. Porém, tendo de continuar atendendo os negócios do reino, com frequentes saídas do claustro, embora vivendo como clarissa, não professou a Regra de Santa Clara senão instantes antes de sua morte. A causa da paz, que fora tão cara para Isabel e para sua mãe Constância, foi o motivo da morte de Isabel. No dia 4 de julho de 1336, estando em Extremóz em missão de paz, por causa de um litígio entre Dom Afonso, seu filho, com o rei de Castela, onde estavam em batalha as forças dos dois reinos, lá a atinge uma violenta enfermidade. É, então, acolhida no Mosteiro de Clarissas daquele lugar e ali morre. Seu corpo foi conduzido ao Real Mosteiro de Coimbra, onde foi sepultada, com grande veneração do povo. A festa de Santa Isabel de Portugal é celebrada no dia 4 de julho.

BIBLIOGRAFIA
Dados colhidos em alguns livros de História Geral - Vários autores
A Ordem de Santa Clara em Portugal- Editorial Franciscana, Braga 1976 pp. 68-72

Um comentário:

  1. Adorei, por amar muito a Rainha de Portugal e tudo o Ela empreendeu pela PAZ entre a familia e o reino que dela era apenas por empréstimo mas que amavava como seu. Um Santa mulher, um exemplo na vida e no mundo.

    Saudações calorosas
    Adelaide

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